Essa curiosidade insaciável o fez morar dez anos à bordo de Kombis, Land Rovers, trailers e barcos e passar me- tade de sua vida fora do Brasil - época em que conhe- ceu e trabalhou em 80 países de 5 continentes, em ati- vidades que vão de empresário à tratorista, passando por cantor, marinheiro, assistente de cozinha e consultor de meio ambiente. Não bastasse, também foi fabricante de pranchas de surf, agente literário, diretor de agência de notícias, guia turístico, motorista de caminhão, artesão, pizzaiolo, barman e ativista ecológico. Conheça um pouco mais das histórias de Tito Rosemberg em entrevista exclusiva à Revista 360 Graus:

360 GRAUS - Como você se iniciou no mundo das aventuras?

Tito Rosemberg - Sempre fui muito curioso e desde pequeno sonhava em conhecer o mundo. Meu pai que era jornalista trazia revistas estrangeiras para casa e daí para a partida foi um pequeno passo.

360 - Qual foi sua primeira grande viagem? Quantos anos você tinha e quais foram as maiores dificuldades?

Tito Rosemberg- Apesar de nos anos 60, quando adolescente, já ter feito viagens em busca de ondas para surfar no litoral do Rio de Janeiro até Punta del Este, no Uruguai e ter acompanhando meu pai em algumas viagens profissionais à Argentina, Chile, Panamá e México. Só considero como minha primeira grande viagem existencial a partida em janeiro de 1969, com 22 anos, para Londres. Na Inglaterra passei quase um ano lavando pratos em restaurantes, na mesma época que Caetano e Gil estavam lá exilados. Depois, comprei um Austin Mini velhinho e parti com três amigos argentinos que tocavam violão muito bem para um ano viajando e cantando nas ruas da Europa. Uma delícia!Fomos da Suécia à Espanha, da Alemanha à Turquia ganhando dinheiro cantando folclore sul-americano. Não foi fácil viver na estrada numa época em que se confundia a busca espiritual com vagabundagem, que claramente se entrelaçavam.

360 - Você já passou por 80 países de cinco continentes. Que países que você não conhece, que gostaria de conhecer?

Tito - Tenho um fetiche todo especial, e há décadas, pela Austrália, mas como é um país imenso e com tantas regiões diferentes, sempre achei que precisaria de pelo menos seis meses para conhecêla. Como imagino que é praticamente impossível conseguir um visto assim tão longo, sempre desisto na hora de planejar a partida. Há muitos anos sonho em ser presenteado com esta autorização, mas como não conheço ninguém que a conseguiu, a Austrália permanece como um sonho inatingível. Quem sabe um dia...